A transposição das linhas férreas na cidade vai alterar o tráfego viário na Praça Itália
São Carlos Agora 15 de Abril de 2010
A transposição das linhas férreas na cidade vai alterar o tráfego viário na Praça Itália. Para tal o comércio situado na área pública será removido definitivamente até o dia 10 de maio, segundo informações obtidas na reunião da prefeitura com os comerciantes do local no último dia 25 de março. Na reunião foi assinado um documento em que a em que a saída total do comércio da praça será feita em 45 dias.
Em entrevista ao jornal A Folha o secretário Municipal de Governo, João Pedrazzani, afirmou que até amanhã (16) o projeto executivo da obra, que define os parâmetros de engenharia, entra em licitação para que se tenha a concorrência pública e a definição da empresa que tocará a obra.
Segundo João Pedrazzani, o projeto já foi aprovado. Só falta adequar a planilha de custos que foi apresentada no projeto original feito pela Enescil Engenharia de Progetos, empresa que ganhou a licitação em setembro de 2008. “Esta planilha de custo será finalizada até sexta-feira (16) pela Prefeitura, encaminhada a Superintendência do Dnit de São Paulo que ficará responsável em abrir a licitação. Nós estamos devendo este documento para que se faça o edital e a publicação no diário oficial do Estado”, afirma.
O jornal A Folha entrou em contato com a Superintendência do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit) de São Paulo, e o engenheiro Marcos Lisboa garantiu que o projeto está “ainda em fase de revisão e que para chegar ao processo de licitação vai levar algum tempo”.
O jornal A Folha tentou contatar a Diretoria de Infraestrutura Ferroviária (DIF) do Dnit, para esclarecer os detalhes da finalização do projeto, mas não teve a resposta do órgão até o final dessa edição.
Segundo Pedrazzani, em dezembro de 2009 o projeto deu entrada no Dnit em Brasília. No início de janeiro de 2010 ele foi enviado para a Superintendência do Dnit em São Paulo e lá foi feita a analise e o órgão solicitou alterações na planilha de custo, “mas o projeto está aprovado”, diz.
A Prefeitura tem urgência em iniciar a obra para que a ordem de serviço não entre no prazo de 90 dias antes e após as eleições em que a legislação eleitoral proíbe qualquer início de obras. “Nossa expectativa é que no início de junho , após todo o tramite de licitação e possíveis recursos entre as empresas concorrentes estejam esgotados , a obra possa sei iniciada”, diz Pedrazzani.
A obra total da transposição da linha orçada, em 2007, em cerca de R$ 30 milhões corresponde a ampliação da passagem do córrego do Monjolinho sob a linha férrea, nas proximidades da rotatória do Shopping; duplicação do Viaduto 4 de Novembro, que liga a Vila Prado ao Centro; duplicação do pontilhão da Praça Itália, com a construção de um viaduto; e construção de um viaduto ligando o Distrito Industrial Miguel Abdelnur à avenida Morumbi, ao lado do Pavilhão Exposhow.
Para Pedrazzani, este valor está obsoleto e o custo final do projeto deve ultrapassar a perspectiva feita há três anos. Só a etapa da Praça Itália está custeada em R$ 10 milhões, pois para duplicar o pontilhão da linha férrea cerca de cinco imóveis serão desapropriados, três deles completos e dois parcialmente, além da obra em si.
Engenharia de tráfego
O planejamento da engenharia de tráfego prevê para o início das obras um corte na rotatória da Praça Itália tanto para a saída como para a entrada na Vila Prado. “Mas pelo tamanho da obra e complexidade do projeto em um período de pelo menos seis meses toda a região ficará intransitável”, afirma o secretário.
“O fluxo de veículos para a Vila Prado será feito nas laterais como a rua Joaquim Evangelista de Toledo ou pela entrada do CDHU, ou ainda pela rotatória do Cristo, próximo ao Shopping Iguatemi”, diz João Pedrazzani.
Até agora, o DNIT liberou R$ 600 mil para o projeto executivo; outros R$ 150 mil foram empregados pela Prefeitura como contrapartida. O município espera algo em torno de R$ 30 milhões do governo federal para a obra. O empreendimento tem por objetivo solucionar os conflitos rodoferroviários do município, executando a intervenção em quatro passagens de linha férrea.
Comerciantes já se preparam para deixar o local
Os comerciantes da praça já estão articulados para a retirada de seus pertences neste período estabelecido pela Prefeitura. Segundo a proprietária do Kikão Lanches, Gertrudes Domeghini Pereira, eles já montaram em um prédio ao lado a nova sede da lanchonete. “Depois de muita conversa que começou em 28 de agosto de 2008, quando deram 30 dias para a gente sair, já estamos conformados com a mudança e acredito que será melhor para nós”, afirma.
Os comerciantes da Praça Itália terão até 10 de maio para deixar o local sem nenhuma infraestrutuda utilizada para os estabelecimentos. “A prefeitura se dispôs a nos ajudar a limpar o local, fala Gertrudes Domeghini.
Os dois outros pontos comerciais que são a Gaúcho Lanches e uma banca de revista não encontraram um ponto próximo da Praça Itália para se estabelecer.