No estado de São Paulo, no período de 01 de janeiro de 1980 a 30 de junho de 2014, foram registrados 236.532 casos de aids, sendo 162.988 indivíduos do sexo masculino e 73.526 do sexo feminino.
A taxa de incidência da doença foi reduzida 28% nos últimos dez anos, de 26,8 em 2003 para 19,4 casos por 100mi, em 2012. Neste ano, ocorreram 27,8 casos para cada 100 mil homens e 11,3 casos para cada 100 mil mulheres.
A redução da incidência de aids de 2003 para 2012 em mulheres foi bem maior que entre os homens, 38,6% e 12,0%, respectivamente. A razão de sexo (homem/mulher), que apresentava declínio desde 1986, passou a crescer a partir de 2008, revelando tendência de aumento progressivo para os homens, passando de 2,05/1, em 2010, para 2,33/1, em 2012. Vale considerar que desde 2007 o número de casos de mulheres infectadas por transmissão heterossexual vem caindo de forma expressiva, de 1.912 em 2007 para 1.374 em 2012.
Desde 2008, a epidemia tem mostrado importante elevação de casos entre homens que fazem sexo com homens (HSH). Entre os casos de aids em homens com mais de 13 anos de idade, a proporção da categoria de exposição HSH aumentou de 30,2% em 2007 para 43,7% em 2012, percentual semelhante ao final da década de 1980. Em 2011, o número de casos de HSH superou o número de casos de heterossexuais, 1.754 e 1.696 respectivamente.
Observa-se redução na taxa de incidência de mulheres em todas faixas etárias, enquanto que entre os homens ocorre estabilização, com exceção da faixa de 15 a 29 anos de idade, a partir de 2008, que passa a aumentar. Entre os jovens de 15 a 19 anos de idade, a taxa passou de 2,4 casos em 2007 para 4,6 casos em 2012; entre aqueles com 20 a 24 anos, de 16,5 para 29,3 por 100 mil. Em 2007 ocorreram 342 casos com aids naqueles com 15 a 24 anos e em 2012, 605.
O aumento dos casos entre homens nesta faixa etária, e que merece atenção, é decorrente do aumento da transmissão entre homens que fazem sexo com homens.
Esse segmento é o único que tem aumentado sua participação proporcional e absoluta no total de casos. Em 2007, esta população correspondia a 30,2% dos casos, e em 2013, 42%. Esses dados apontam a grande vulnerabilidade de adolescentes e jovens gays para a infecção pelo HIV.
A taxa de mortalidade (TM) por aids se manteve praticamente estável em 2012 e 2013 (6,6 por 100 mil em 2013 e 6,4 por 100 mil habitantes em 2014). Ocorreram 2.722 óbitos em 2013, cerca de sete por dia, no estado de São Paulo. De 1995, ano da maior TM (22,9 por 100 mil habitantes) para 2013 observou-se uma redução de 71,5 %. Desde 1985, 106.020 pessoas foram a óbito por aids no Estado de São Paulo.