Câmara Municipal de São Carlos 8 de Novembro de 2018
Em discurso de tom civilizatório na Câmara Municipal, o vereador Azuaite França declarou nesta terça-feira (6) que considera preocupante a questão política “e mais ainda a questão cultural” no período pós-eleitoral. “A população brasileira fez a sua escolha para presidente da República conduzida não por propostas políticas e administrativas, mas muito mais pela desconstrução deste ou daquele candidato por um lado e, por outro lado, desejando mudanças e combate à corrupção”, declarou.
Ele refletiu que muitas pessoas hoje se pronunciam contra a corrupção, de forma correta, “mas enxergando a corrupção no outro, como se elas mesmas fossem vestais, puras e imunes a qualquer pecado a qualquer erro”.
Em seguida disse que “a pior das corrupções é aquela tratada de forma natural”, passando a listar atitudes que revelam corrupção no dia a dia da vida em sociedade: “Roubar é corromper, utilizar-se da coisa pública é claro que tem que ser combatido, mas deixar de amar, deixar de ser solidário é uma forma de corromper costumes, deixar de enxergar a necessidade daquele que necessita mais do que nós é uma forma de ser corrupto”.
Relacionou diversas formas de corrupção como: “Não perdoar, cultivar o ódio, ser arrogante, ter preconceitos e ideias pré-concebidas a respeito deste ou daquele, ter privilégios, buscar um jeitinho para ter vantagens em concursos públicos, matar com a língua, levantar falso testemunho, mentir, desejar coisa alheia, apropriar se daquilo que é alheio, colar nos exames escolares, tirar cartão de deficiente ou de idoso sem ser para ocupar vagas preferenciais de estacionamento, desrespeitar normas de trânsito como avançar no sinal vermelho, furar fila dar carteirada, desrespeitar faixa de pedestre no trânsito, oferecer vantagens para conseguir aquilo a que não tem direito, vender e comprar voto, todas essas são formas de corromper e a lista poderia ir longe”.
Quanto ao tema, Azuaite disse que é preciso se preocupar com a ordem político-administrativa, com a ordem social e também com a ordem cultural. Disse estar havendo uma confusão quanto à ordem dos costumes, quando as famílias se desvencilham da educação dos filhos transferindo essa responsabilidade para a escola e para os professores: “A primeira responsabilidade da educação é da própria família”, afirmou.
Citou o exemplo de países como a Inglaterra onde a família é obrigada a arcar com sua responsabilidade na educação das crianças: “Criança em idade escolar não pode faltar à aula e, se faltar, a família é punida. A família tem que colocar o filho na escola e ele tem que chegar no horário, é assim que se civiliza um povo”.
Azuaite concluiu: “É assim que esperamos que um dia sejamos civilizados, para que a corrupção, de todas as formas que ela possa se apresentar - e ela está arraigada nos costumes -, vá deixando de existir e o Brasil passe a ser um pais serio, um país de nossos sonhos”.
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