A Federação dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta rebaixada de apenas 5,5% de reajuste nos salários, auxílios e PLR, o que representa perda de 4% para os bancários, mais abono de R$ 2.500,00, após quase dois meses de negociações com o Comando Nacional dos Bancários. Na sexta-feira 25, foi realizada a quinta rodada de negociações da Campanha Nacional 2015, quando os bancos apresentaram a proposta global para os representantes dos trabalhadores.
O Comando Nacional orienta pela rejeição da proposta que é um desrespeito à categoria. "Com a inflação no período em 9,88%, esse índice apresentando é inaceitável, além disso, não trouxeram nada sobre os outros temas reivindicados pelos trabalhadores”, afirma Aline Molina, dirigente da FETEC-CUT/SP.
Ao contrário do que os trabalhadores reivindicaram, a Fenaban também propôs manter a mesma regra da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que é de 54% do salário, acrescido do valor fixo de R$ 1.163,44, limitado ao valor individual de R$ 6.241,33, com teto de 12,8% do lucro líquido do banco, mais parcela adicional de 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$ 1.939,08 com o mesmo reajuste de 5,5%.
“Esta proposta rebaixada vem justamente do setor que lucrou R$36,3 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. Com um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores. Então, só podemos dizer, que é uma irresponsabilidade dos bancos”, contesta Roberto Von der Osten, presidente da Contraf e um dos coordenadores do Comando.
No dia 1° os sindicatos devem realizar assembleias para avaliação da proposta e aprovação da greve, com data indicativa para o dia 6. Outra assembleia também está prevista para o dia 5.
No dia 2, após as assembleias, o Comando Nacional dos Bancários estará reunido, em São Paulo, para debater estratégias para a campanha. “Prazo máximo para os bancos alterarem a proposta absurda que sequer contempla outras reivindicações fundamentais como garantia para os empregos, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais saúde, igualdade de oportunidades, segurança nas agências bancárias”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Seeb SP e uma das coordenadoras do Comando. “Os trabalhadores estão extremamente insatisfeitos e essa proposta só vai agravar esse quadro. Demissões, pressão, sobrecarga de trabalho, adoecimento, ameaças de fechamento de unidades. Razões não faltam para parar e os bancários vão dar uma resposta à altura do desrespeito dos bancos”, completa.
Categoria de luta
Os bancários têm campanhas vitoriosas, com aumento real desde 2004, o que representa acumulo de 20,7% até 2014. Porém, o lucro no setor cresceu 116% no mesmo período. E se compararmos o período entre 1997 e 2014, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos caixas teve reajuste de 129%, já os bancos lucraram 301% a mais.
A categoria reivindica o reajuste de 16%, o que significa a reposição da inflação mais 5,7% de aumento real.