Uma das publicações mais importante do mundo em ciência do solo vai contar com a contribuição do físico brasileiro Carlos Manoel Pedro Vaz, a partir de janeiro de 2014, quando ele assume a função de editor associado do Jornal da Sociedade Americana de Ciência do Solo (SSSAJ, sigla em inglês).

Uma de suas propostas na Divisão S1 – Física do Solo é incentivar uma participação maior de autores brasileiros nas publicações da revista, a fim de conferir mais visibilidade e reconhecimento internacional às pesquisas do País, na área de solos.

Junto com os demais editores associados, o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) será o responsável por coordenar o processo de avaliação e julgamento dos trabalhos enviados à revista, que circula desde 1921 e é a mais antiga e mais tradicional dos cinco periódicos editados pela Sociedade Americana de Ciência do Solo. A revista é reconhecida mundialmente pelo alto nível e rigor científico das suas publicações.

O primeiro compromisso do pesquisador como editor associado é participar da próxima reunião do Comitê Editorial da SSSAJ, que vai ocorrer em novembro, durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Ciência do Solo, em Tampa, na Flórida (EUA), onde já será realizado um treinamento para os novos editores associados empossados.

Vaz considera a área de física do solo bastante atuante e tradicional no Brasil, com diversas lideranças reconhecidas dentro e fora do país, com trabalhos de alto nível e relevância. “Seguindo a tendência de maior integração internacional das instituições de pesquisa no Brasil é fundamental um aumento de publicações de autores brasileiros em revistas de impacto como a SSSAJ”, avalia o pesquisador, que ocupará o cargo por um período de três anos.

O pesquisador acredita que o convite para exercer a função de editor associado é um importante reconhecimento aos trabalhos que desenvolve, à atuação da Embrapa e ao Brasil. A aplicação da microtomografia de raios-X para a caracterização da estrutura da capacidade de retenção da água no solo, o desenvolvimento de novos equipamentos, instrumentos e sensores para a avaliação de parâmetros e indicadores da qualidade física do solo, aplicados em estudos de compactação, manejo, irrigação e agricultura de precisão são algumas das pesquisas de reconhecimento internacional de Carlos Vaz.

De acordo com ele, a área de física do solo é responsável por estudos dos processos físicos, como o fluxo da água, calor e solutos, a retenção e disponibilidade da água, adsorção de nutrientes e seu impacto no manejo e conservação do solo. “É, portanto, de suma importância para o uso sustentável dos recursos solo e água e na aplicação de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, minimizando problemas de erosão, contaminação e degradação dos solos”, afirma.

O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também atribui o convite da revista americana ao alto nível das pesquisas realizadas no País. “Além disso, há a excelência, a capacidade e a altíssima competência dos nossos pesquisadores, da qual o Dr. Carlos Vaz é, sem dúvida alguma, um ótimo exemplo”, diz.

Perfil

Vaz é graduado em Física pela Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, com mestrado em Ciência do Solo pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), campus da USP, em Piracicaba, doutorado em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), campus da Esalq, e pós-doutorados na Universidade da Califórnia, em Davis, e do Arizona, em Tucson, ambas dos Estados Unidos.

Atua como pesquisador da Embrapa Instrumentação desde 1989, no desenvolvimento de equipamentos e novos métodos para caracterização física do solo, bem como em projetos de manejo e conservação do solo e aproveitamento de resíduos. Possui 63 trabalhos publicados em revistas técnico-científicas nacionais e internacionais, sendo nove na SSSAJ, tem cinco registros de patentes, dois livros e 16 capítulos de livro, e orientou e coorientou 11 alunos de mestrado e doutorado.

Foto: O pesquisador Carlos Vaz diante de uma imagem tridimensional de um solo analisado por tomografia computadorizada , na tela do computador.
Crédito foto: Flávio Ubiali