Ela veio de Salvador, na Bahia, para esclarecer suas dúvidas na 8ª Feira de Profissões da USP, no Parque de Ciência e Tecnologia (CienTec) em São Paulo. A distância que Eva Salustino percorreu para chegar ao estande do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, mostra o quanto esse evento é importante para os estudantes do ensino médio decidirem qual carreira seguir. Ela estuda na escola Panamericana da Bahia e ainda não sabe se fará faculdade no Brasil ou no exterior.
“Eu também vim para a feira para conhecer mais sobre as profissões, porque estava muito indecisa sobre isso. Eu acho muito interessante a área de computação: tem muita vaga de emprego, muito dinheiro, muitas oportunidades... Pode ser muito interessante e ajudar muito as pessoas. Além disso, faltam mulheres nesse campo”, explicou a estudante, que veio a São Paulo junto com uma excursão organizada pela escola.
Eva não sabia que a USP possui um campus em São Carlos, nem que no ICMC há três opções de cursos na área de computação: Ciências de Computação, Sistemas de Informação e Engenharia de Computação – esse último é oferecido em parceira com a Escola de Engenharia de São Carlos. “Foi muito interessante ouvir um aluno explicando que na USP você aprende a lógica para aprender a programar”, afirmou.
A 8ª Feira de Profissões da USP aconteceu no final da última semana e durou três dias, de 7 a 9 de agosto. Estima-se que mais de 50 mil estudantes visitaram os estandes das unidades da USP, que estão espalhadas pelos sete campi da Universidade, localizados em Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, São Paulo e São Carlos.
“Essa foi a terceira vez que eu participei de uma Feira de Profissões. É sempre bom poder contribuir, principalmente quando entramos em contato direto com os nossos futuros alunos. Espero que todos aqueles que nos visitaram tenham ficado com uma excelente impressão dos nossos cursos. Fizemos de tudo para divulgá-los e aumentar o interesse dos alunos”, revelou a professora do ICMC Cristina Ciferri.
“A percepção que tivemos foi de que este evento foi um grande sucesso, para a USP de um modo geral devido ao grande fluxo de visitantes, mas principalmente para o ICMC, que pôde se apresentar e oferecer uma simpática e amigável recepção a todos os alunos que nos visitaram”, completou outro professor do ICMC Fernando Osório.
Diferença entre os cursos - Qual a principal diferença entre os três cursos oferecidos pelo ICMC na área de computação? Essa foi uma das questões mais ouvidas pelos professores, alunos e funcionários que estavam no estande do ICMC. Basicamente, o aluno que opta por seguir o caminho das Ciências de Computação (carreira 710 da FUVEST, curso 16) terá uma formação básica em matemática, programação e sistemas de hardware e software. O curso possui várias disciplinas em banco de dados, sistemas de decisão, robótica, redes de computadores, computação gráfica, inteligência artificial e desenvolvimento de software.
Já quem escolhe Engenharia de Computação (carreira 765, curso 30), terá uma formação que mescla engenharia elétrica e computação. Nesse caso, esse profissional também estará envolvido em disciplinas que lhe darão uma visão do mercado de informática, ética e administração. Apenas para citar um exemplo: quando pensamos em um smartphone, é o engenheiro de computação que vai estudar os meios de integrar os componentes do telefone, de forma que os circuitos sejam suficientemente pequenos e para que possam operar adequadamente. Ele vai se envolver também na avaliação do consumo de energia, na dissipação de calor, no projeto das antenas, assim por diante. Ou seja, o engenheiro está muito envolvido com o dispositivo em si – o hardware – enquanto o foco do cientista da computação está mais nos softwares que funcionarão dentro desse dispositivo.
Outra opção é o curso de Sistemas de Informação (carreira 810, curso 67). Aqui, o aluno encontrará várias disciplinas ligadas às áreas de negócios, administração, economia e ética na profissão. Os sistemas que controlam os negócios de uma empresa – por exemplo: tarifação de chamadas, promoções, controle de pagamento por débito automático, sistemas web, etc. – são projetados e desenvolvidos por profissionais dessa área.
Uma dúvida que também atormenta muitos estudantes é a diferença entre a Licenciatura e o Bacharelado em Matemática (carreira 790, curso 62). No caso da Licenciatura, o objetivo é formar professores para os ensinos Fundamental e Médio, além de possibilitar uma visão ampla do conhecimento matemático e pedagógico para que o profissional possa especializar-se em educação, educação matemática ou administração escolar. Já o Bacharel em Matemática poderá atuar tanto na área acadêmica, atuando como pesquisador e professor universitário, como em outras áreas do mercado como bancos, corretoras e financeiras. Vale lembrar que, só após o terceiro semestre do curso, os estudantes decidem se querem seguir a Licenciatura, o Bacharelado ou ambas as habilitações.
Além disso, poucos sabem que há mais três opções de cursos no ICMC: Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica (carreira 790, curso 61), Bacharelado em Estatística (carreira 790, curso 63) e Licenciatura em Ciências Exatas (carreira 815 da FUVEST, curso 68). No caso dos profissionais formados em Matemática Aplicada e Computação Científica, eles irão tratar dos problemas concretos do mundo através dos números, utilizando o computador como ferramenta de trabalho. Nesse caso, vão trabalhar na indústria, no comércio e na área de finanças. Já o profissional da área de Estatística pode atuar em inúmeros setores, tendo em vista que o emprego das metodologias estatísticas tem se tornado uma prática comum em bancos, seguradoras, na medicina, na biologia, na indústria de forma geral e no governo.
Quanto à opção da Licenciatura em Ciências Exatas, o objetivo também é formar professores para os ensinos Fundamental e Médio, mas aqui o aluno poderá optar por obter a habilitação em Matemática, Física ou Química. O estudante Matheus Mello, do Colégio São Roque, de São Roque, no interior de São Paulo, não sabia que havia a possibilidade de fazer uma Licenciatura em Ciências Exatas nem que esse curso era oferecido no campus da USP em São Carlos. Para ele, foi uma excelente descoberta, já que estava indeciso entre Física e Química. “Eu já fui até em feiras de outras universidades com essas dúvidas, mas nenhuma outra me esclareceu tanto quanto aqui”, disse.
Programa “USP e as Profissões” - A Feira das Profissões faz parte do programa “USP e as Profissões”, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, que tem como objetivo fornecer subsídios aos estudantes para que, com a ajuda de seus familiares e professores, orientem-se na importante tarefa de optar por uma carreira profissional.
“A Feira tem um papel de destaque e é um instrumento importante de inclusão social, porque oferece informações sobre a Universidade para um grande público que, muitas vezes, não sabe que os cursos de graduação da USP são gratuitos e que a Universidade oferece programas de apoio à permanência estudantil, como moradia e alimentação”, destacou o reitor Marco Antonio Zago, na abertura do evento.
Outra iniciativa relevante da Pró-Reitoria é a campanha #vocetambempode, que tem o objetivo de estimular os estudantes da rede pública a ingressarem na USP. Para saber mais sobre a iniciativa, acesse o site (www.prg.usp.br/?page_id=15640) ou a página da campanha no Facebook (www.facebook.com/prg.usp).
Texto e fotos: Denise Casatti - Assessoria de Comunicação ICMC/USP
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