Um novo método para tornar mosquitos machos inférteis por radiação nuclear que pode ajudar a reduzir as populações do Aedes aegypti, transmissor do vírus zika, dengue e chikungunya, está sendo desenvolvido entre o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa "Efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo do Aedes aegypti visando o seu controle através da TIE" tem por objetivo diminuir a incidência das doenças transmitidas pelo mosquito.
Como funcionará o estudo
Por meio da aplicação da Técnica do Inseto Estéril (TIE), um grupo de cientistas brasileiros vai avaliar os efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo (ovo, larva, pupa e adultos) do Aedes aegypti como um método alternativo de controle de manejo integrado da praga.
A técnica consiste em expor os machos do mosquito a raios-X ou gama e com isso tornar o esperma estéril. Esses exemplares criados em laboratório poderiam, então, ser liberados para cruzar com as fêmeas da espécie cujos ovos nunca se desenvolveriam. Dessa maneira, haveria uma redução no número de insetos numa determinada área sem matar animais ou usar produtos químicos.
Após a irradiação, serão avaliadas as viabilidades dos ovos, larvas, pupas e adultos provenientes dos adultos emergidos em cada fase do ciclo evolutivo do inseto irradiado, para se determinar as doses letais e esterilizantes.
Uma geração de mosquitos machos estéreis, que leva cerca de um mês para ser produzida, deve superar a quantidade dos mosquitos machos nativos - em 10 ou 20 vezes - para deixar uma marca na população do inseto
Primeira ação
Já está agendada para o dia 16 de fevereiro uma reunião entre autoridades brasileiras e especialistas da Aiea, que tem sede em Viena, para discutir como melhor implementar a TIE no país.