UFSCar 5 de Novembro de 2018
Um estudo sobre os efeitos do canabidiol em pessoas com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) está convidando pessoas voluntárias a participar de testes que serão realizados no Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar. Para participar, a pessoa deve ter sofrido trauma relacionado a algo que constitua ameaça à vida, como abuso sexual, violência física, assalto, sequestro, acidente de trânsito, com arma de fogo ou no trabalho, entre outros. É importante destacar que o estudo não é um tratamento e, também, que não é necessário diagnóstico prévio de TEPT, o que será feito pela própria pesquisadora responsável.
O canabidiol é uma substância derivada da maconha, sem as propriedades psicoativas. Ela tem sido usada no tratamento de algumas doenças, como, por exemplo, a epilepsia, e em estudos relacionados a diversas outras condições, como o Parkinson. Nesta pesquisa, o objetivo é avaliar se a administração de canabidiol antes da rememoração de evento traumático atenua os sintomas ansiosos produzidos por essa rememoração em pessoas diagnosticadas com TEPT.
O estudo será realizado em três dias, com intervalo de uma semana entre esses dias. No primeiro encontro, a pessoa voluntária comparecerá ao DGero para avaliação dos critérios para participação na pesquisa. Caso se enquadre, já neste dia será gravado áudio de um minuto e meio com o relato do trauma sofrido. Antes e após a gravação, serão aplicados testes de ansiedade. Uma semana depois, as pessoas voluntárias voltarão ao DGero para ingestão de cápsula com canabidiol ou placebo (preparação neutra, sem efeitos farmacológicos), sem que saibam, voluntário e pesquisador, qual é o conteúdo da cápsula. Algum tempo depois, no mesmo dia, a pessoa voluntária ouvirá o relato gravado no primeiro dia, com nova aplicação dos testes. No terceiro dia, os mesmos procedimentos serão realizados, mas com administração da substância inversa à ingerida no encontro anterior. Será oferecida ajuda de custo para eventuais gastos com transporte e alimentação.
O estudo integra as pesquisas de doutorado de Lívia Maria Bolsoni, psicóloga formada pela UFSCar e, atualmente, estudante do Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vinculada à Universidade de São Paulo. A iniciativa é realizada em parceria com Marcos Hortes Nisihara Chagas, docente do DGero na UFSCar. As pessoas interessadas em participar podem entrar em contato pelo e-mail trauma.cbd@gmail.com.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 74177817.9.0000.5440).
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