A rede Zika, como é conhecida a força-tarefa de 42 laboratórios contra o mosquito Aedes aegypti coordenada pelo professor Paolo Zanotto do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, passa a contar a partir dessa semana com a colaboração de uma equipe do Instituto Pasteur de Dakar, no Senegal, um dos principais centros de pesquisa em arboviroses – doenças transmitidas por ácaros e mosquitos.
Os cientistas desembarcaram no país no início de janeiro deste ano com a missão de treinar equipes brasileiras, que atuarão como multiplicadoras, com técnicas de isolamento e cultivo do vírus. Liderados pelo pesquisador Amadou Alpha Sall, os especialistas trazem para cá a experiência adquirida no combate ao ebola em 2014, onde aplicaram técnicas inovadoras para poder isolar e estudar o vírus.
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O trabalho comandado pelo pesquisador da USP prevê entender melhor o vírus, tornando possível aperfeiçoar o diagnóstico e desenvolver terapias e vacinas.
Microcefalia
O especialista Paolo Zanotto comenta que embora a associação entre os casos de microcefalia e a infecção pelo Zika esteja clara, pois ocorrem no mesmo tempo e espaço, não se sabe ainda se há, de fato, uma relação causal direta e quais mecanismos estariam envolvidos entre os dois fenômenos. Uma possibilidade para explicar a ligação entre Zika e microcefalia seria uma reação do próprio organismo contra o vírus, que acaba afetando os bebês. Ainda assim, reforça que os cientistas estão trabalhando com a hipótese de que a causalidade existe, como forma de reforçar a prevenção.
"Estamos vendo apenas a ponta do iceberg, que são os casos de microcefalia", explicou.
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