Como parte da nova gestão do Restaurante Universitário da UFSCar, por meio da Coordenadoria de Rede Integrada de Segurança Alimentar (CRISA), da Pró-Reitoria de Administração (ProAd), uma política de diversidade e inclusão foi colocada em prática nos quatro campi, com a contratação de colaboradores com deficiência. Atualmente, ocorre o processo seletivo para preenchimento de vagas em Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino. A iniciativa teve início em dezembro de 2021, quando duas pessoas com deficiência foram admitidas para atuar como Auxiliares Administrativos no Restaurante Universitário do Campus São Carlos. Hoje em dia, três colaboradores com deficiência física e intelectual e transtorno do espectro do autismo atuam prestando assistência aos usuários do Restaurante.
O contrato com a empresa terceirizada que presta serviços aos Restaurantes Universitários prevê a admissão de pessoas com deficiência, independente da Lei de Cotas (da Lei nº 8.213/91) - que estabelece a obrigatoriedade de que organizações com cem ou mais empregados preencham uma parcela de seus cargos com pessoas com deficiência -, o que é uma inovação no setor público. "Com o apoio da empresa, tem sido feito contato com entidades que atendem pessoas com deficiência e com os balcões de emprego visando encontrar candidatos. Neste processo, analisamos o perfil de vaga e aqueles compatíveis são selecionados. Os demais passam a integrar um cadastro para quando surgirem novas oportunidades", explica Gabriela Boniholi, bolsista da CRISA e coordenadora do projeto ?Descobrindo Talentos e Potencialidades no Mundo do Trabalho?. A ideia é incentivar a contratação de pessoas com deficiência, seja em órgãos públicos seja em privados.
Os benefícios já são notados. "Com o passar de alguns meses, sentimos o impacto do desenvolvimento dos colaboradores do Restaurante do Campus São Carlos, tanto no trabalho quanto em casa, de acordo com os próprios familiares. Eles têm desenvolvido habilidades práticas de vida diária graças à nova função. O lema do nosso projeto é 'Ninguém Fica pra Trás', pensando justamente em não deixar ninguém desamparado", relata Karina Garcia Padilha, também coordenadora do projeto. "De acordo com pesquisas realizadas, uma das principais queixas de adolescentes e adultos na área de Empregabilidade e Pessoas com Deficiência é a falta de oportunidade. Entendemos a importância do emprego na vida de um adulto, o quanto é importante a independência e a autonomia dentro das possibilidades", complementa.
"Tenho 31 anos e este é meu primeiro emprego. Eu gosto muito daqui, estou mais independente, aprendi a pegar transporte sozinha e tenho meu dinheiro para fazer as minhas coisas. Eu sempre quis trabalhar, mas não tinha oportunidade. Estou realizada. Essa inclusão é muito importante", diz Ana Paula Jahnel, de 31 anos, colaboradora do Restaurante Universitário do Campus São Carlos. Matheus Volante Michell, de 23 anos, também está no primeiro emprego e é grato pela oportunidade. "Era o meu sonho ter um trabalho. Eu era muito tímido e agora melhorou meu relacionamento com as pessoas. A minha família também ficou muito feliz. Cada vez mais, o mercado de trabalho tem que expandir as vagas para as pessoas com deficiência", conclui.