O vereador Roselei Françoso (PT) manifestou apoio, por meio de uma moção apreciada na sessão ordinária da Câmara de São Carlos desta terça-feira (3), ao movimento Caixa Econômica Federal 100% pública, que defende a não abertura de capital pela estatal.
Para o parlamentar, as recentes notícias veiculadas na imprensa nacional sobre a possibilidade de abertura do capital da Caixa na bolsa de valores colocam em risco este que é um importante patrimônio da população brasileira. Tal risco estaria no fato de os interesses do mercado financeiro se tornarem maiores do que a atuação da Caixa nas políticas públicas de interesse do país.
“Ao deixar a empresa mais suscetível ao mercado financeiro e à perspectiva do lucro dos acionistas, a abertura de capital se insere na lógica da privatização, colocando em risco sua existência enquanto banco público e tornando vulneráveis os seus funcionários”, justificou Roselei.
HISTÓRICO DA CAIXA - Roselei destacou a trajetória da instituição, que ao longo dos seus 150 anos sempre desempenhou importante papel como agente financeiro a serviço do desenvolvimento econômico e social de nosso país. O banco experimentou seu pior momento na década de 90, deixando de financiar políticas públicas e perdendo espaço no mercado bancário do país. Em 2001, com o país imerso numa lógica neoliberal, passou por uma reestruturação com vistas à sua privatização.
Com a mudança no governo federal, a partir de 2003 o banco reverteu o quadro de fragilização, retomando sua função pública, ampliando mecanismos de crédito, financiamento habitacional, estabelecendo-se como banco competitivo com ótimo desempenho econômico-financeiro, ocupando papel central na implantação dos programas “Minha Casa Minha Vida”, “Bolsa Família”, “Cartão Cidadão” e em ações de desenvolvimento urbano (especialmente nas áreas de mobilidade e saneamento), exercendo sua função como agente financeiro do Estado na implantação de políticas públicas destinadas a melhorar a qualidade de vida da população.
Nos últimos anos a Caixa ampliou sua presença junto à sociedade brasileira, tornando-se o 3º maior banco do país. Em 2002 tinha 23,1 milhões de clientes que passaram, em 2014, para 75 milhões. Outro comparativo significativo é o de seu ativo, que em 2002 era de R$ 128,4 bilhões e em setembro de 2014 superou a marca de R$ 1 trilhão. Os repasses ao tesouro nacional, em forma de dividendos, saltaram de nulos, em 2002, a R$ 4 bilhões em 2014, tendo alcançado valor acima de R$ 7 bilhões em 2012. Como forma de viabilizar sua atuação, a Caixa contratou mais de 70 mil funcionários entre 2003 e 2014, superando o número de desligamentos em quase 45 mil empregados, isto reduziu a terceirização e ajudou no aumento do número de agências que passaram de 4 mil.