Utilizados nas áreas espacial e militar, os drones invadiram o campo e têm se tornado ferramenta fundamental nas lavouras de todo o país. Capazes de fazer imagens com qualidade superior às de um satélite, esse tipo de instrumento tem despertado o interesse do pequeno e do grande produtor.
Em entrevista ao programa Conexão Ciência, produzido pela Embrapa em parceria com a NBR (TV do governo federal), o pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) Lucio Jorge explicou que na agricultura os drones seriam "o olho do agricultor por cima da lavoura", ou seja, possibilitam um olhar mais apurado sobre a propriedade como um todo. "Dependendo do tipo de câmera, é possível verificar aspectos relacionados à questão da água, nutrição, doenças e pragas nos cultivos."
De acordo com ele, os drones podem carregar diferentes tipos de câmeras e sistemas, e a escolha do modelo será definida conforme finalidade estabelecida pelo produtor. "Nós temos uma gama grande de sensores e câmeras, como também lasers e radares, sendo que cada uma delas tem uma aplicação específica na agricultura e, com isso, o preço será diferenciado", ressaltou. Por esse motivo, o preço do drone pode variar de cinco mil a 300 mil reais.
O equipamento, segundo Lucio Jorge, é de fácil uso, mas é preciso que o produtor seja treinado para poder manejá-lo. Daí o papel da Embrapa, que tem realizado cursos e treinamentos nesse sentido. "A Embrapa quer ajudar o produtor e treiná-lo para saber escolher o melhor modelo que o atenda, e também, como especificar na hora de comprar o seu drone."
Além disso, a Embrapa tem trabalhado no desenvolvimento de ferramentas e softwares de análises, o que permite transformar a imagem captada pelo equipamento em uma informação útil para o agricultor. "Temos softwares que contam automaticamente quantas cabeças de boi têm na imagem captada pelo drone, programas que interpretam a imagem mostrando se a planta precisa de mais água ou não. Então, é nessa faixa de aplicações e desenvolvimento de ferramentas que a Embrapa está trabalhando", detalhou.
Dentro da linha de precisão, o foco da Embrapa, segundo o pesquisador, é aumentar o uso desse equipamento na agricultura utilizando técnicas de padrões, inteligência artificial, e com isso, desenvolver tecnologias de análise. "O que buscamos é trazer ferramentas de gerenciamento da propriedade para ajudar o produtor na tomada de decisão e na automatização do processo", afirmou.
Veja aqui a entrevista na íntegra