O cantor Jair Rodrigues, que morreu nesta quinta-feira (8) aos 75 anos, era “Cidadão Honorário de São Carlos”, título oficializado pelo Decreto Legislativo No. 381, de iniciativa do ex-vereador Paulo Edmundo Dias Duarte, e entregue em solenidade proposta pelo ex-vereador Rubens Maciel no dia 19 de outubro de 2007, nas dependências do Sesc São Carlos.
Em 2009, Jair Rodrigues completou 50 anos de carreira e fez uma visita à Biblioteca Jurídica da Câmara Municipal, no local onde iniciou a vida artística nos anos 50 trabalhando como crooner no Restaurante Bambu.
Nesta quinta-feira (8), o presidente da Câmara, Marquinho Amaral (PSDB), manifestou pesar pelo falecimento do cantor “uma perda imensa para a música popular brasileira e para São Carlos que viu despontar para o palco um artista magnífico, um grande nome da MPB que sempre valorizou suas origens”. "Sua morte entristece os são-carlenses que conheceram a admiraram Jair por sua maneira de ser e pela grandeza de sua obra artística".
Jair Rodrigues era natural de Nova Europa onde viveu até 1954 quando se mudou com a família para São Carlos, onde iniciou como crooner e se destacou como calouro nos programas de auditório da Rádio São Carlos até o final da década de 1950.
Exerceu várias profissões, entre elas a de alfaiate e no início dos anos 60 seguiu para a capital paulista onde brilhou em programas de televisão e em 1964, lançou seu primeiro compacto, chamado “Vou de Samba com Você”, seguido de “O Samba Como Ele É”, que continha “O Morro Não Tem Vez”, música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes que se tornou o primeiro grande sucesso do cantor. Ao lado de Elis Regina, fez muito sucesso com sua parceria no programa O Fino da Bossa, programa da TV Record, em 1965 e no ano seguinte alcançou o sucesso ao participar do Festival da Canção com a música “Disparada”.
Jair também se apresentou em festivais internacionais como o MIDEM (França), o Montreux (Suiça) e o San Remo (Itália); com Elis Regina e o Zimbo Trio ele se apresentou no Cassino Estoril, em Portugal, no Teatro Famoso, na Argentina, e no Cine Ávis, em Angola.Foi o primeiro grande cantor a gravar e fazer sucesso com samba-enredo de escolas do Rio, principalmente os da Acadêmicos do Salgueiro, como Bahia de Todos os Deuses, Festa para um Rei Negro e Mangueira, Minha Querida Madrinha.
Jair imortalizou interpretação de canções como Triste Madrugada, Casa de Bamba e Vai, Meu Samba e lançou dezenas de discos, sempre com muito sucesso. Casado com Claudine e pai de Jair e Luciana, com 55 anos de carreira demonstrava muita vitalidade, seguia mantendo intensa agenda de shows, lançando discos e realizando turnês. A morte encerrou sua trajetória na manhã desta quinta-feira casa onde morava em Cotia, na Grande São Paulo.