Convênio entre Estado e hospital irá destinar R$ 10 mil mês para captação e manutenção de equipe multiprofissional dedicada a diagnosticar possíveis doadores e na abordagem da família do paciente
A Santa Casa de São Carlos irá assinar na próxima quinta-feira, 30, às 11 horas, o convênio para a implantação da Comissão Intra-hospitalar de Transplante de Órgãos como parte da Política Nacional de Captação e Transplante de Órgãos desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com Estado, Município e hospital.
O evento contará com a presença da diretora da Central de Transplantes Regional, Claudia Wolf; do secretário Municipal de Saúde, Marcus Petrilli; e o provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior para a formalização do contrato.
O convênio busca fomentar e incentivar hospitais do interior paulista que tenham porte, infraestrutura e equipe especializada para fazer a captação e o transplante de órgãos. A Santa Casa de São Carlos foi escolhida na região para ser um centro de captação. “O hospital foi selecionado entre outros da região por conta da estrutura física e da excelente equipe médica e de enfermagem. Outro hospital regional que está incluído na lista do Estado é o de Matão. Ribeirão Preto, que já tem tradição, fica como referência em transplante”, destacou Eduardo Pramparo, Gerente Hospitalar da Santa Casa de São Carlos. A seleção dos hospitais foi feita pela Diretoria Regional de Saúde (DRS III) com sede em Araraquara.
De acordo com Pramparo, o contrato chega para incrementar a infraestrutura do hospital, além, de qualificar e capacitar continuamente equipe médica e de enfermagem na busca ativa de possíveis doadores. Entre as ações desta equipe está o monitoramento de paciente para identificar os casos de morte encefálica e sensibilizar a família sobre a importância da doação. “O convênio é um incentivo do governo do estado para manter a captação e transplante de órgãos fora dos grandes centros. São R$ 10 mil mês que serão destinados a este serviço”, observou.
Com a adesão da Santa Casa ao programa estadual, o coordenador da Comissão de Doação de Órgãos e Tecidos da Santa Casa de São Carlos, Ivan de Manzano Linjardi e as enfermeiras Maria Thereza Lazzarine e Cibele de Lourdes Santi Rubert fizeram cursos de capacitação oferecido pelo Estado. “A assinatura do convênio simboliza a consolidação do projeto”, disse Pramparo.
O recurso vem para qualificar os profissionais da área e fazer deles disseminadores de informação para que outros profissionais de saúde tenham conhecimento para detectar possíveis doadores.
“O termo de adesão é o espelho da portaria baixada pelo Ministério da Saúde que busca ampliar a informação da importância da captação e transplante de órgãos, um ato de solidariedade que salva muitas vidas”, declarou Pramparo.
Linjardi acredita que com a regulamentação da Comissão existe a probabilidade de se aumentar o número de doadores. “O importante é que a pessoa se manifeste ser doador em vida, deixar isso em registro para facilitar o processo de doação, mas caso isso não aconteça, a Comissão terá a função de captar possíveis doadores, esclarecer, orientar e dar apoio para a família, e se for o desejo familiar, dar andamento ao processo de doação. Vale ressaltar que uma doação de múltiplos órgãos pode salvar várias vidas”, analisou.
Para o provedor, Morillas Júnior, a Santa Casa investe na formação desses profissionais, como também, na aquisição de equipamentos de alta tecnologia, que possam dar segurança do diagnóstico de morte encefálica.
“Entre os investimentos está a aquisição do equipamento doppler transcraniano, que possibilita através de exame fazer a avaliação da velocidade de fluxo do sangue nas principais artérias do cérebro”.
O processo de captação de órgãos e tecidos humanos na Santa Casa começou em 2008. Desde então foram capadas 62 córneas e ocorreram duas doações de múltiplos órgãos.
De acordo com Linjardi, a doação de córneas pode atingir 20 por mês e uma média de 2 doações de múltiplos órgãos por semestre, a partir de campanhas que promova e conscientize sobre a importância de doar órgãos. “Com sociedade sensibilizada pela solidariedade poderemos salvar muitas vidas, que estão na fila do transplante”, salientou.
Crédito – Hever Costa Lima/Divulgação