Reportagem publicada na edição desta quinta-feira (12) do Jornal Primeira Página, informou que São Carlos possuía mais de mil vazamentos de água por toda a cidade o que gerava o desperdício de cerca de 50% de água tratada. A reportagem apontou como focos do problema a falta de uma gestão eficiente de quem comanda o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e também os servidores públicos da autarquia.
A matéria fez algumas críticas aos servidores. A primeira é que havia funcionários que picavam o ponto às 07h00 e só iniciavam suas atividades nas ruas às 08h00. A outra foi sobre a quantidade de servidores que são deslocados para realizar reparos de serviços. Foi citado ainda o trabalho dos leituristas do SAAE.
A reportagem provocou descontentamento dos servidores e também ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais (Sindspam), Adail Alves de Toledo. "Não é justo colocar a culpa de um problema já antigo na cidade (vazamentos) em todos os servidores do SAAE, é importante esclarecer isso que foi divulgado".
Em relação ao horário de entrada e o café da manhã, Adail explicou que os servidores tem acesso liberado na autarquia as 06h40, eles chegam tomam o café e depois cada um vai para o seu setor onde pegam as ordens de serviço, preparam a viatura e saem. Todo esse processo dura em média meia hora e tudo é controlado "pois ninguém entra ou sai a pé ou de viatura sem passar pela portaria que é vigiada por terceirizados".
Sobre a alegação de que nos locais onde são realizadas as manutenções ficam um servidor trabalhando e o restante de braços cruzados, Adail explicou que existem várias equipes especificas para cada tipo de manutenção. As equipes de vazamentos de rua e calçadas (06 pessoas), de desobstrução de esgoto (03 pessoas), manutenção de esgoto (07 pessoas), manutenção e extensão de rede (07 pessoas) e a equipe de corte de ruas (02 pessoas). "Vamos dar como exemplo a equipe de vazamento de rua e calçadas, ela sai em uma Kombi composta por um motorista, um encanador e um ajudante, atrás vai uma retro-escavadeira com um operador e mais dois caminhões basculantes com seus respectivos motoristas. Quando essa equipe chega ao local, ela verifica se existe a necessidade de chamar a equipe de corte, por isso às vezes o contribuinte vê até oito pessoas em um único problema. Não são as oito que trabalham ao mesmo tempo, nem tem como fazer isso".
Sobre os leituristas o presidente do sindicato explicou que eles saem do SAAE com metas a serem cumpridas por dia. Essas metas são passadas pela chefia e eles percorrem as ruas da cidade a pé. Existem bairros que o serviço é realizado de forma mais rápida e em outros não. "Em média os leituristas andam seis horas por dia a pé, aí você tem o deslocamento e a pausa para o almoço, totalizando assim as oito horas diárias", disse Adail. Ele ainda destacou que o serviço do leiturista no mês é dividido em dois momentos, o da coleta de leituras e na entrega das contas.
Adail encerrou falando sobre as queixas nas cobranças das contas do SAAE. "No momento da leitura do hidrômetro, o coletor (equipamento onde os dados são registrados), de imediato acusa se há alguma anormalidade na leitura daquele endereço. Quando os dados dos aparelhos são descarregados na sede do SAAE é gerado um relatório de críticas, que pode ser leitura acima ou abaixo da média, imóvel fechado, impedimento de leitura por causa de alguma barreira física ou até mesmo por causa de um cachorro. Nesses casos o chefe determina que um outro servidor vá até o imóvel para verificar essa anormalidade. Portanto não podemos criticar o trabalho desses servidores que desde o começo dessa Administração trabalha com esse fantasma chamado privatização", finalizou.