A campanha "UFSCar contra Aedes” – lançada na semana passada para auxiliar na mobilização nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti – ganhou reforço nesta sexta-feira (26) depois que 250 médicos do programa Mais Médicos, além de gestores e supervisores de Saúde, estiveram na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para capacitação e debate sobre os métodos de combate ao mosquito e o atendimento primário dos pacientes que apresentam sintomas de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela.
A UFSCar, que é coordenadora regional do Mais Médicos, reuniu profissionais dos municípios atendidos pelas Diretorias Regionais de Saúde de Araraquara, Ribeirão Preto, Franca e Barretos, que são responsáveis pelo atendimento de 3,5 milhões de habitantes.
O vice-reitor da UFSCar, Adilson de Oliveira, participou da abertura e frisou a importância das informações. “Lançamos a campanha ‘UFSCar contra Aedes’, sob a orientação do MEC, para promover a divulgação precisa das informações sobre essas doenças”. O vice-reitor disse também que um comitê científico foi formado para organizar essas informações. Para o professor Geovani Gurgel Aciole da Silva, do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar e coordenador do Mais Médicos, os encontros são importantes para a integração entre os profissionais. “O Mais Médicos mostrou o esforço do governo em dar foco no atendimento básico e, agora, atendemos uma necessidade momentânea da sociedade sobre o manejo clínico e o combate ao vetor”, destacou. Outro docente do DMed, Bernardino Geraldo Alves Souto, proferiu palestra que abordou questões como etiopatogenia, fisiopatogenia, diagnóstico e tratamento relacionados às doenças. “Há muitos casos novos relacionados a essas doenças e o treinamento visa compartilhar os últimos conhecimentos com os profissionais”, registrou.
A representante do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems) e secretária de Saúde de Matão, Mara Caparelli, salientou a importância de diminuir o tom alarmista das informações. “Os médicos têm um papel importante na hora da consulta que é o de esclarecer o paciente”, frisou. Já o biólogo da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Eduardo Andreoli Neto, informou que o número de casos de dengue neste período está maior do que no mesmo período do ano anterior. “E o pico é abril e maio. Ainda assim, a situação não é de alarme, mas de atenção”, explicou.
Ministério – O representante do Ministério da Saúde, Diego Meloni, citou algumas ações que podem ser multiplicadas por outros municípios. Entre elas está a distribuição gratuita de repelente para grávidas; a criação de uma sala de situação para compartilhar as informações entre todos os setores do município; a limpeza dos prédios públicos; a implantação de um disque dengue para que o cidadão possa informar com rapidez onde estão os problemas; e visitas noturnas às residências com o objetivo de conversar com os chefes de família. “Estamos vivendo uma emergência e não pode existir falta de vaga para o atendimento básico nas unidades de saúde”, ressaltou Meloni.