O Grupo de Trabalho (GT) da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados, criado para discutir a Fosfoetanolamina Sintética, desembarcou nesta terça-feira (26), na capital paulista, para pedir informações ao governador Geraldo Alckmin a respeito dos avanços do estado no estudo da substância. A síntese desse elemento químico é estudada há 20 anos pelo pesquisador aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Gilberto Chierice.
A substância - que ainda não conta com licença da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) - é fruto de observação e judicialização. A parceria de intercâmbio de dados e levantamentos é defendida para que o processo de liberação do uso seja concluído com mais rapidez, mas, mesmo assim, visa respeitar o procedimento adotado pela Anvisa.
O Governo do estado de São Paulo, por meio do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), conta com um projeto de pesquisa para testar a fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer.
O protocolo de pesquisa clínica irá avaliar a segurança e a possível eficácia da substância no tratamento de pacientes com câncer em estágios avançados. O investimento total deverá ser de aproximadamente R$ 2 milhões. Todos os pacientes serão monitorados continuamente por uma equipe multiprofissional com larga experiência em testes clínicos, no Icesp.
O estudo prevê uma primeira fase, em que serão avaliados 10 pacientes para determinar a segurança da dose que vem sendo utilizada na comunidade. Após essa primeira etapa, caso a droga não apresente efeitos colaterais graves, a pesquisa prosseguirá.
No estágio 1, está previsto a inclusão de mais 21 pacientes para cada um dos 10 grupos (tipos) de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Os candidatos passarão por triagem e deverão preencher os critérios de elegibilidade para determinar a segurança da droga. Se observados sinais de atividade da substância nessa fase, o estágio 2 se iniciará com mais 20 participantes em cada grupo.
Progressivamente, desde que se comprove atividade relevante, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o máximo total de 1.000 pessoas (100 para cada tipo de câncer). A estratégia adotada permitirá melhor compreensão da droga.